Faltando menos de um mês para o encerramento de 2022, o setor de rochas ornamentais brasileiro registrou, no acumulado até novembro, redução de 0,66% na taxa de crescimento. Nesse período, o Brasil exportou 1,215 bilhão de dólares. O dado foi divulgado pelo Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas) que reafirma sua expectativa de concluir 2022 com faturamento bem próximo ao registrado no ano passado, cerca de 1,34 bilhões de dólares.
O setor começou o ano de forma positiva. Ainda no primeiro semestre registrou evolução de quase 11% em relação ao ano anterior. Depois, ainda em setembro, atingiu a marca de 1 bilhão de dólares de faturamento com as exportações, antecipando em um mês o valor registrado em 2021. Em outubro e novembro, no entanto, houve queda de mais de 20% no faturamento.
“O fechamento do ano depende totalmente do comportamento do mercado neste último mês. Somos otimistas e nossa expectativa é de alcançar, pelo menos, o mesmo faturamento anual de 2021, mas caso dezembro repita o movimento de queda registrado em outubro e novembro, a indicação é de uma queda anual de 3% em relação ao ano de 2021. São muitos os desafios: complexidade logística, alto valor do frete marítimo, principais clientes com estoque abastecido e, claro, concorrência com os materiais artificiais, mas somos um setor otimista e resiliente. Temos buscado a expansão de mercados e novas formas de atender os mercados tradicionais”, declara o presidente do Centrorochas, Tales Machado.
O dirigente da entidade nacional aponta ainda que os produtos brasileiros vêm perdendo competitividade em razão da diferença dos valores de fretes marítimos praticados no Brasil, frente a outros países. O Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais aponta ainda outros fatores relevantes para o cenário atual, tais como volumes em estoque nos depósitos dos principais importadores das rochas nacionais e a destinação de recursos para aquisição de produtos sintéticos indianos em virtude da sobretaxa aplicada pelos Estados Unidos sobre esses produtos. “A introdução deste encargo levou à aquisição extra de volumes antes da entrada em vigor da referida taxação”, detalha Tales.
Mais ações internacionais
Estados Unidos, China e Itália foram os principais destinos das rochas ornamentais brasileiras em 2022, representando respectivamente 58%, 13% e 8% do total das exportações. Várias ações voltadas para o mercado externo estão programadas para 2023, por meio do It’s Natural – Brazilian Natural Stone, projeto para promoção das rochas brasileiras no mercado internacional.
O programa, executado pelo Centrorochas, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) está em fase de renovação contratual e prevê ações em oito mercados principais (Austrália, China, Estados Unidos, Emirados Árabes, Índia, Itália e México) e quatro secundários (Alemanha, Reino Unido, Turquia e Vietnã).
“Além de ações diretas nesses mercados, a exemplo de participação em feiras, realização de palestras, estudos de mercados, dentre outras, no início do ano iniciaremos um projeto voltado à análise do ciclo de vida da rocha ornamental brasileira. Sustentabilidade é um assunto presente na pauta internacional e não podemos perder mais tempo”, conclui Tales Machado.